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Lisboa





Eléctrico 12E Eléctrico 15E Eléctrico 18E Eléctrico 25E Eléctrico 28E
A rede de eléctricos da Carris, empresa de transportes públicos de Lisboa, em Portugal, é composta actualmente por cinco carreiras e percorre um total de 48 km de linhas em bitola de 900 mm, sendo 13 km em faixa reservada. Emprega 165 guarda-freios (condutores de eléctricos, funiculares e elevador) e uma frota de 58 veículos (40 históricos, 10 articulados e 8 ligeiros), baseados numa única estação, Santo Amaro.
No seu auge, em finais da década de 1950, a rede de elétricos da Carris tinha um total de 160 km de via (sendo 15 km para manobras nas três estações), e uma frota de 405 carros motorizados e 100 reboques sem motor (alguma da qual de construção própria).
Ficheiro:Tram 28, Lisbon, 20051011.jpg
A rede de elétricos da cidade desenvolveu-se a partir das linhas dos chamados “carros americanos”, puxados por cavalos, tendo rapidamente integrado também vários “ascensores” (os de cabos, não os funiculares).
Em 1900 instalaram-se novos carris e os cabos aéreos, e construiu-se a “Geradora”, uma central termoelétrica a carvão, que fornecia energia para a operação da rede. Em 1901 era inaugurada a primeira linha, do Cais do Sodré a Algés.
Em Fevereiro de 1995, a companhia Carris recebeu o primeiro dos 10 eléctricos modernos articulados; os primeiros seis veículos foram encomendados pela empresa espanhola Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles, sendo os restantes quatro fabricados pelas Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas. Nesta altura, planeava-se que os primeiros serviços a serem assegurados por estes veículos ligariam a Praça da Figueira a Algés, passando pelo Palácio de Belém e pelo Mosteiro dos Jerónimos, com um intervalo entre composições, em hora de ponta, de 3 minutos. Também se previu, para mais tarde, estender os serviços destes veículos até Santa Apolónia e Cruz Quebrada, o que totalizaria cerca de 13 quilómetros. Previa-se que, com a sua capacidade, poderiam transportar até cerca de 4000 passageiros por hora, nas horas de ponta. Para a entrada dos novos veículos, e permitir maiores velocidades comerciais, a operadora Carris realizou vários trabalhos de modernização e preparação da via, como a substituição de carris, travessas e dos fios aéreos, e introduziu novos sistemas de semáforos; elevou, igualmente, a altura das plataformas, para facilitar o trânsito dos passageiros.
(clique na imagem para ver maior)
Ficheiro:Tram map Lisbon 2011.png
Frota

A frota é constituída pelos dez carros elétricos “articulados” (série 500), pelos 40 “remodelados” (série 540) e pelos oito “ligeiros” (série 700), num total de 58 veículos. Os “articulados” apenas podem percorrer a linha da carreira 15, enquanto as restantes séries podem alcançar toda a rede.
Alguns veículos retirados foram vendidos a outros sistemas para operação (Sintra, Corunha). Alguma da frota abatida ao serviço encontra-se em museus ou nas mão de particulares, em estado de conservação variável.

Eléctricos “remodelados”

Em 1995-1996 quase toda a frota remanescente (45 veículos, renumerados 541 a 585) foi modernizada, mantendo a traça clássica Brill/Stephenson mas equipada com modernos sistemas de propulsão (ŠkodaALS 2480 LN) e travagem (Knorr). Aos elétricos “remodelados” foi retirada a bidirecionalidade, passando a apresentar o caraterístico farol central apenas numa das extremidades (e farolins de retaguarda vermelhos na outra, bem como indicadores de direcção cor-de-laranja em ambas), apenas um posto de comando, à frente, e bancos não-reversíveis. Foram ainda equipados com sistema dual de contacto com a catenária, dispondo tanto de vara (trolley pole) como de hemipantógrafo, a utilizar complementarmente, erguendo-se um ou outro dispositivo consoante o tipo de infraestrutura aérea (sendo esta porém na sua maior parte passível de ser usada por ambos os sistemas de contacto).

Eléctricos “ligeiros”
Os veículos não remodelados desta forma mas ainda ao serviço constituem o tipo dos “ligeiros”, numerados a partir de 700. Distinguem-se prontamente pela ausência de hemipantógrafo e pelos sinais da bidirecionalidade original mantida: postos de comando em cada extremidade, bancos reversíveis e (especialmente) farol central branco anterior e farolins de retaguarda vermelhos em ambas as extremidades. Os carros “ligeiros” apenas entram ao serviço quando a disponibilidade dos outros veículos não é suficiente para as necessidades.
Em Dezembro de 1999, a Compañía de Tranvías de La Coruña, em Espanha, iniciou o processo de compra de um dos carros eléctricos de Lisboa; em Dezembro do ano seguinte, foi adquirido o carro número 743, que foi transportado, por via rodoviária, até à cidade espanhola. Sofreu, então, várias modificações, como a sua adaptação à bitola métrica, tendo sido apresentado no dia 18 de Julho de 2001, e entrado ao serviço três dias depois, com o número 101.
Ficheiro:Tranvía.A Coruña Galicia.jpg

Eléctricos articulados

Desenhados pelas empresas Siemens e DÜWAG, na Alemanha, estes veículos são constituídos por 3 unidades articuladas, em caixa de aço inoxidável, totalizando 24 m de comprimento. A velocidade máxima é de 70 km/h, sendo os sistemas de travagem do tipo electrodinâmico, com recuperação de energia; os travões são de disco, estimulados de forma electro-hidráulica, e equipados com sistemas anti-patinagem. Em vez de trólei, utilizado pelos eléctricos tradicionais, este veículo dispõe de um hemi-pantógrafo para captar a rede eléctrica. Cada veículo detém 4 portas de acesso, cada uma com uma largura de 1,30 metros, com um mecanismo de abertura accionável pelos passageiros, no interior ou no exterior; junto às portas, encontram-se máquinas de bilhetes. A altura do piso, no interior, em relação ao solo, é de apenas 30 centímetros, de forma a facilitar o acesso a utentes com dificuldades de locomoção. A capacidade máxima é de 210 passageiros por veículo, dos quais 65 sentados.Cada eléctrico conta com um equipamento de ar condicionado, e com o sistema integrado de informação "Sibas 16" a bordo, para o condutor.

Estas unidades foram adjudicadas, em 1995, ao Depósito de Santo Amaro. Estes veículos são muito semelhantes aos que estavam a ser utilizados, em 1995, na cidade espanhola de Valência

Ficheiro:Tram Lissabon nei.jpg

Eléctricos “caixote”

Os elétricos da Carris tipo “caixote” foram construídos de 1952 e 1964 nas oficinas da empresa, com base em diversos chassis pré-existentes, e devem o seu nome ao seu perfil de linhas retas. Existiam modelos motorizados e reboques para composições múltiplas, em dois tamanhos: de seis e de dez janelas. Menos procurados pelo turismo, foram abatidos ao serviço na década de 1980, subsistindo à vista do público um único exemplar (CCFL 173), estacionado na “raquete” de Belém onde serve de quiosque.
Ficheiro:Lissabon-Tram1.JPG

Fonte: Wikipédia

9 comentários:

  1. Olá! O CCFL 173, já não se encontra na raquete de Belém, mas sim num estaleiro a ser convertido para bar e voltar ao mesmo sítio.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Duas precisões:
    1. Eléctricos articulados De facto, o 743 foi para a Corunha. No entanto, aquele que aparece na fotografia com o nº 101, no términus de Riazor, era em Lisboa o 712. O 743, que foi «caixote 700» e recebeu carroçaria standard (como a deste «101») em 1985, será aquele que na Corunha circulava com o número 32 e carroçaria alterada para reproduzir um modela antigo da cidade. Outros dois eléctricos foram de Lisboa para a Corunha e lá circularam com os nºs 27 e 100, este igual ao 101. O início foi em 1997 (eu passeei lá em 1998) com os 27 e 32. Digo «circularam porque a cirvculação está suspensa desde há alguns anos, desde que os «concejales» PP do Ayuntamiento da Corunha, arm,ados em portugueses, «descobriram» que aquilo não dava lucro. Enfim...
    2. Os articulados de Valência da fotografia: são iguais aos de Lisboa e têm o exclusivo da circulação numa das linhas de Valência. Podem andar «sozinhos» ou em composições de dois, mutuamente atrelados. Também andei neles...

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  4. Caro César, excelente esclarecimento! Temos então na Corunha 4 ex-CCFLs, dois recarroçados (CTLC 27 e CTLC 32) em estilo local antigo, e dois (CTLC 100 e CTLC 101) com o aspeto Brill standard de Lisboa. Mais algum?

    Uma pergunta: Se o CTLC 101 era o CCFL 712, e se o CTLC 32 era o CCFL 743, então que números tinham em Lisboa os restantes CTLC 100 e CTLC 27?

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    1. O CTLC 32 tem mesmo cara de ser um CCFL Brill standard com cabeçotes novos, mas o CTLC 27 parece completamente diferente! Não só a carroçaria (3 janelas!) mas até o truck: Vejam!

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    2. Com pedido de desculpas por só agora ter voltado aqui. De momento, não tenho dados para responder. Note, no entanto, uma observação: os eléctricos 700 não são "Brill", são eléctricos construídos pela Carris, em Portugal, mas com equipamento inglês, tanto no que respeita ao "controler" como aos dois motores de 45 cv que os equipam. São os carros "standard" de "2ª geração" das séries 543-552, 613-617 e 701-735, bem como da série "quase-standard" 525-542, e da 601-612. Este tipo de equipamento também aparece nos "caixotes" bidireccionais, pequenos e grandes, de 3ª geração, das séries 736-745 (a tal do 743 recarroçado) e 901-910, além dos 801-805. Brill propriamente ditos foram os eléctricos de 1ª geração (com lanternim no tejadilho), das séries 203-282 (carros pequenos abertos), 283-322 (carros grandes abertos de 2 motores de 25 cv, as "almanjarras"), 323-342 (os "salões" grandes fechados de 2 motores de 25 cv), 343-362 (os "salões" grandes fechados de 4 motores de 25 cv, e os carros pequenos fechados, quase todos com 2 motores de 25 cv das séries 400-474 (os "São Luís"), 475-479 ("Brill 400"), 500-502, 503-507 ("Brill-500") e 508-525 ("Brill-Carris", por terem sido construídos pela Carris nas oficinas de Santo Amaro). Muitos deles foram recarroçados como "standard" ou caixote, mantendo os equipamentos e a numeração. O 492 serviu de protótipo aos "caixotes" e era um dos três destas séries que tinha equipamento inglês com 2 motores de 45 cv.
      Uma curiosidade: se reparar bem no 32 da Corunha, há-de notar que o "corpo" central é totalmente Carris com as suas janelas. As plataformas é que foram reconstruídas, até porque as originais foram destruídas em acidentes, ou arderam, enfim, uma coisa assim...

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    3. Ah, e olhe que, bem visto, o "truck" do 27 da Corunha é o original. Na carroçaria, até os farolins foram aproveitados. Cheguei a andar nele, na Corunha. Foi uma surpresa quando o vi!

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  5. Quanto à Wikipedia, amigos dos elétricos portugueses, proponho que nos encontremos em https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Tram_transport_in_Lisbon e em https://pt.wikipedia.org/wiki/El%C3%A9tricos_de_Lisboa — há muito trabalho a fazer!

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